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#SXSW - Dia 3: O paradoxo possível

Mais um dia no SXSW mostrou-se muito informativo e veio cheio de insights, para nossa Head de Estratégia e Pesquisa, Jacqueline de Bessa. Mas o que será o paradoxo possível?


Sempre acreditamos que cada marca tem seu Propósito, mas além disso, somos os primeiros a falar que marcas e empresas podem sim nos mostrar um paradoxo possível. Aqui, estamos falando de lucro, algo que toda empresa busca, e o retorno social, isso é, o valor que uma certa empresa ou marca gera para seus consumidores. Daí, muitos caem na mesma armadilha: não podemos faturar e ao mesmo tempo, ter responsabilidade e dedicação social. Nas explorações da Jackie no SXSW, ela pôde assistir três palestras fantásticas, que a fizeram pensar mais sobre esse assunto, e o quanto nosso trabalho na TroianoBranding ilustra a importância de focar e entender sobre gente.


Em particular, na palestra que encheu o maior auditório do festival com Ryan Gellert, o CEO da Patagonia, o empresário reforçou a ideia de que “a terra agora é nosso único acionista,” ou seja, não podemos criar marcas que só visam o bottom line, enquanto clientes, seguidores, e nosso planeta se contentam com o banco de trás. Sua fala se expande também para o lugar onde vivemos: “não temos o direito de ser pessimistas, porque temos que proteger o mundo.” E as marcas têm também esse papel regenerativo, para reverter de alguma forma as agressões que foram feitas ao planeta até aqui. “Estamos provando que um negócio pode ser bem-sucedido e responsável ao mesmo tempo.”


Esses pensamentos ficaram ainda mais claros com os outros painéis que a Jackie assistiu, que vão contra essa filosofia de dinheiro a todo custo. Na palestra “Brand Activism: No More Business as Usual” com a Lisa Boyd, LaTosha Brown, e Tracy Sturdivant, as profissionais ressaltaram a importância das marcas irem além e criar sua própria voz para apoiar movimentos, causas ou minorias. E curtimos a fala da Lisa, diretora e head de impacto social no Lyft (uma marca bem parecida com o Uber), que afirmou que não perde de vista seus objetivos de negócios e busca sempre alinhar pautas importantes que estão acontecendo no mundo com o posicionamento e a comunidade da marca. E, na acalorada palestra “Culture Wars on Food: How Political Identity is Shaping the Way We Eat,” Andrea Hernandez e Hand Schrei falaram da politização das escolhas de comida, e da “comercialização” e exploração de hábitos como o veganismo por grandes corporações, quando, na verdade, precisamos valorizar os pequenos produtores e resgatar o papel de socialização da comida: a boa e velha reunião da família ou de amigos em volta de uma mesa, para comer e compartilhar bons momentos. E assim, vamos criando produtos, marcas, empresas e organizações mais sólidas, sem comprometer o que mais importa: o planeta e as pessoas!


Já vimos muitas empresas e marcas que colocam o bottom line acima de tudo e todos. É como se um jogador de futebol só olhasse para a bola, ignorando as possibilidades de contra ataque com seus parceiros. O dinheiro é importantíssimo, fechar as contas é necessário. Mas o que aprendemos com a Jackie no SXSW é que marcas fortes e longevas podem sim conciliar o lucro com a geração de valor aos consumidores e ao planeta. O paradoxo não é só possível, é o futuro.



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