Por: Gabriel Troiano
Em seu livro “Tribos,” Seth Godin fala sobre como os seres humanos são programados para querer conexão na forma de grupos, que ele também diz que existem há muito tempo em nossa sociedade. Essas comunidades também exerceram um papel muito importante nas civilizações que atingiram sucesso e cresceram com o dinamismo encontrado em grupos afins. No final das contas, precisamos dos outros não só para sobreviver, mas para florescer!
É esse mesmo conceito que alimenta uma das tendências mais ocorrentes dos últimos tempos no mundo digital e corporativo: Community-led growth. Também conhecido como CLG, community-led growth é uma estratégia go-to-market que é centrada no uso de comunidades digitais e tudo que eles têm para oferecer, de melhoria no engajamento de consumidores a uma maior receita de empresas. E como nós da TroianoBranding amamos ser curiosos sobre o mundo do Branding, tivemos que estudar sobre essas comunidades e o que elas significam para nós e para as marcas com que trabalhamos.
Em tempos recentes e especialmente depois da Covid-19, muitos de nós usaram o mundo online para conectar-se com os outros, sejam esses amigos, colegas de trabalho, ou família. Por esta razão, comunidades digitais, que já estavam crescendo, tiveram uma grande influência e impacto na população global. Estatísticas recentes mostram que 76% de usuários de internet participam em uma comunidade digital. O Reddit, por exemplo, é uma das mais proeminentes neste cenário, com mais de 130,000 comunidades ativas (subreddits). Com todas essas mudanças acontecendo rapidamente, community-led growth também impactou a área de Branding – esta estratégia pode ajudar profissionais de Branding a entender com mais profundidade seu público e consumidores, criando marcas que são, acima de tudo, críveis e humanas. Vamos explorar com mais detalhe.
Na TroianoBranding, sempre gostamos de falar que precisamos entender de gente se queremos ser próximas a elas, se queremos ir debaixo da superfície de nossos projetos. Isso é o mesmo para comunidades digitais, porque elas permitem empresas a tecer relacionamentos com seus consumidores no dia a dia. Sejam elas localizadas em apps de fitness ou viagem, essas comunidades de marca são as pessoas que acompanham todos os conteúdos de uma marca e que compartilham essas informações com outras pessoas. Essa interação B2C dentro de uma comunidade digital é o que promove espaço para crescimento e discussões abertas, e que ajuda a criar um laço forte entre esses dois públicos. Ainda mais, empresas que engajam através desse meio podem juntar informações importantes como preferências de conteúdo, comportamento de consumo, participação em grupos online, e mais! CLG dá a profissionais de Branding um bom boost e encorajamento, especialmente quando criando estratégias onde o indivíduo é primordial para o desenvolvimento e sucesso de um projeto.
Um dos princípios fundamentais do Branding é que marcas atuam como uma fonte de integração social. Independente de onde eles vem e de que indústria eles operam, marcas podem juntar as pessoas e criar laços fortes, longevos. Só imagine fãs de algum esporte torcendo pelo seu time, que com certeza pode ser considerado como uma marca–a conexão chega a ser quase instantânea! Mas, para criar marcas memoráveis, uma forte relação e interação precisa ser criada com os consumidores. Comunidades digitais atuando a partir do community-led growth oferecem às empresas uma oportunidade de conversar com seus consumidores e “viver” dentro de seu mundo, e isso pode acontecer de muitas formas diferentes. Um exemplo disso é vista na empresa Figma, um aplicativo de edição de gráficos e design de interface do usuário baseado na web, que alimenta uma cultura de colaboração e transparência, oferecendo aos usuários a oportunidade de sugerir mudanças em features e produtos da empresa. Atuando a partir dessa autenticidade e humildade, marcas se tornam, de fato, mais humanas e abertas para seus públicos, habilitando ambas a se beneficiar de uma estratégia de comunicação horizontal. Pense nas marcas que você interage no seu dia a dia: o quão dispostas elas estão para escutar suas sugestões? Como que elas te tratam como consumidor? Em Branding, achamos muito importante criar marcas que possam falar com o público, ao invés de para o público. Marcas memoráveis, aquelas a quem nós voltamos conscientemente e que ecoam no nosso subconsciente, são as que colocam o valor da comunidade em primeiro lugar, que sabem que o consumidor é a chave para criar uma estratégia de Branding longeva. E, não podemos esquecer de um bônus importante–82% de vistores de comunidades falaram que estariam mais receptivos a uma marca se a mesma decidisse participar em uma comunidade digital. Isso, em sua vez, cria uma oportunidade fértil para nosso próximo ponto: Comunidades digitais são uma ótima oportunidade para gerar resultados tangíveis e sustentáveis.
Todos nós sabemos que para criar marcas de sucesso, precisamos de encorajamento financeiro para que um produto ou serviço consiga resistir às mudanças do mercado, sendo esses encorajamento proveniente de vendas, promoções, ou qualquer outro tipo de medida. A boa notícia é que comunidades digitais podem significativamente impactar o bottom line de uma empresa, por causa de sua habilidade de unir marcas e consumidores. Participantes de um estudo recente, por exemplo, indicaram que mais de 30% dos resultados financeiros de sua organização são influenciados por sua comunidade de marca. Um ponto importante para lembrar é que o lado mais humano de uma marca, aquele engajado em conversas e interações com consumidores, pode funcionar lado a lado com o aspecto mais financeiro, econômico, dado que esses dois sejam propriamente balanceados dentro do contexto de uma comunidade digital. É precisamente essa dicotomia, esse contraste entre conexão e resultado, que oferece às empresas a oportunidade de florescer junto com sua estratégia de community-led growth. E, os esforços de Branding, que são fundamentais para uma comunidade digital, não vivem sem esse elemento pecuniário, que certamente impulsiona futuras ações corporativas centradas na comunidade.
O veredito está pronto: a estratégia community-led é a melhor opção quando queremos engajar pessoas e criar marcas memoráveis. Neste cenário, o Branding atua não como um “bom ter,” mas como uma parte crítica de engajar pessoas e criar marcas que são humanas e relacionáveis. Como muitas áreas que lidam com comunicação, Branding está caminhando para o crescimento e nós da TroianoBranding acreditamos que ela exercerá um papel muito importante dentro das empresas que decidem integrar comunidades digitais em suas estratégias–afinal, somos seres feito para socializar, e o CLG está aqui para nos conectar além da superficialidade, ajudando a engajar pessoas e criar marcas notáveis.
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