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#2022EM22 - Fast Fashion, Economia Circular e Tempo

Em nossa primeira reflexão desta série, começamos a entender que a moeda mais valiosa dos tempos atuais é o tempo. Muito se discute sobre criptomoedas ou as fontes não renováveis de energia, como ativos de valor. Mas é ele, nosso tempo, que aliás é um recurso não renovável, o mais precioso de todos os nossos ativos. O tempo que passou não tem volta. Além de uma verdade poética, essa reflexão acerca da finitude do tempo nos coloca diante de um dos grandes movimentos positivos que temos visto no mercado: a economia circular.


Em sua definição objetiva, desenvolvida pela Organização Internacional de Normalização (ISO), a economia circular “é um sistema econômico que utiliza uma abordagem sistêmica para manter o fluxo circular dos recursos, por meio da adição, retenção e regeneração de seu valor, contribuindo para o desenvolvimento sustentável.” Assim, ao falarmos em economia circular, empresas e marcas buscam alargar o tempo de vida dos recursos utilizados, trabalhar na contramão do que o capitalismo mais frenético pregou, a descartabilidade. Se até um tempo atrás era cool falar que jogou fora um produto e comprou um novinho, hoje essa fala já não encontra mais a mesma receptividade. A palavra de ordem é otimizar recursos e não esbanjá-los.


Quando recentemente vimos a Renner criar sua primeira loja pautada pelos princípios da economia circular em detrimento do fast fashion, é sinal de que começa a surgir uma nova consciência do tempo. A economia circular, na contramão do fast fashion, é uma maravilhosa demonstração de que nossa construção do tempo acelerado irá apenas acelerar a nossa finitude, seja de nós mesmos, seja do planeta. Outras duas marcas também relacionadas ao mesmo setor de moda são bons exemplos dessa mesma sintonia com a economia circular: Enjoei e Dress & Go. A primeira como um e-commerce de peças de segunda mão onde pessoas físicas encontram um espaço para vendê-las; e segunda como uma marca que aluga vestidos de festas, de marcas renomadas do mercado. No lugar de adquirir uma peça que em muitos casos será usada uma única vez, aluga-se, promovendo um uso não individual de uma peça e sim compartilhado.


Saindo da moda, vale lembrar da Solví, empresa que atua no Brasil e América do Sul, com a qual temos orgulho de trabalhar. Mesmo em um setor não tão glamouroso como o das marcas da moda, faz um importante trabalho relacionado à economia circular. Através do tratamento, destinação e valorização dos resíduos, é quem evita que lixos se acumulem e poluam nossas cidades, transformando-o em valor.


Renner, Enjoei, Dress & Go e Solví são marcas que têm em suas entregas de produto formas de trabalhar a favor do tempo e não o contrário. Querem ir na contramão da aceleração, praticar mais o slow do que o fast, apostando que há limites para a velocidade se quisermos deixar um mundo minimamente saudável para as próximas gerações. A economia circular traz o freio e recupera um sentido de equilíbrio, uma bela iniciativa trazida por essas marcas que esperamos possa inspirar tantas outras.


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